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SITIOS ARQUEOLOGICOS: SERRA DAS PARIDAS E PEDRA DA SANTANA

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  O complexo arqueológico Serra das Paridas, no município de Lençóis, na Chapada Diamantina foi descoberto em 2005, por catadores de mangaba após um incêndio florestal que deixou em exposição pedras com pinturas rupestres. Atualmente, o local possui infraestrutura para receber visitantes que queiram conhecer os 18 locais de pinturas rupestres. Seguindo em direção ao sul, por 264 km de estrada, está a Pedra da Santana, no município de Paramirim. Trata-se de uma estrutura em forma de dolmen, a segunda conhecida do Brasil (existe outra em Goiás, na cidade de Anicurus) e, talvez, únicas em toda a América do Sul. Não se tem estudos a respeito até para se confirmar se, de fato, trata-se de uma obra humana. Mas, por sua singularidade, merece ser conhecida. As pinturas rupestres nos paredões do Complexo Arqueológico Serra das Paridas ainda guardam muitos mistérios. Os sítios arqueológicos, localizados em propriedade particular, ainda estão sendo estudados e não se sabe ao certo a data ...

RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: NOSSA SENHORA DE COPACABANA

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Como o culto à N. S. de Copacabana, no baixo Peru, no lago Titicaca, deu o nome a uma das praias mais famosas do Brasil. Na região ocorria o culto a uma divindade chamada Kopakawana, que protegia o casamento e a fertilidade das mulheres. Segundo uma lenda oriunda do antigo império Inca: uma virgem teria aparecido para Francisco Tito Yupanqui, um jovem pescador que, em sua homenagem, teria esculpido uma imagem da santa que ficou conhecida como Nossa Senhora de Copacabana Nossa Senhora de Copacabana é, portanto, uma forma de provocar a aproximação entre culturas distintas — algo semelhante ao que ocorre com Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Ambas as santas, embora cultuadas pelo catolicismo europeu, não têm a pele clara dos povos do Norte: o bronzeado andino ou a negritude afro-brasileira que ostentam já é fruto da mesclagem de crenças e padrões estéticos oriundos de ibéricos e indígenas ameríndios ou africanos. A alta mortalidade de indígenas seja pela questão biológica da...

RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: CAIS DO VALONGO

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  O complexo negreiro do Valongo era formado por um cais de pedra, construído em 1811 no lugar da antiga ponte de madeira, onde os cativos desembarcavam; a rua do Valongo, atual Camerino, onde ficavam os principais depósitos de escravizados; o Cemitério dos Pretos Novos, na hoje rua Pedro Ernesto; e o Lazareto dos Escravos (1ª politica de saúde publica do Brasil), na antiga rua da Gamboa, onde os africanos enfermos recebiam os primeiros tratamentos de saúde após chegar ao Brasil. O Valongo fez parte da politica pombalina, pelas mãos do Marques de Lavradio, vice-rei do Brasil entre 1769 e 1779, de organizar o espaço público e acabar com o mercado de escravos na Rua Direita. Com o complexo do Valongo se objetivava retirar das ruas mais nobres da cidade um cenário (negros desembarcados da África transitando pelas ruas nobres) que naquela época já era considerado incompatível com o estágio de desenvolvimento da colônia pela elite escravocrata. A área do Valongo a partir daí passou a s...

RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: PEDRO TEIXEIRA.

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  As primeiras expedições para a Amazônia tinham o intuito de reconhecer e demarcar as possessões para as Coroas Ibéricas. A primeira foi a expedição de Francisco de Orellana, que saindo de Quito em 1541 empreendeu a travessia descendo o rio Amazonas - principal via de comunicação dessa região. Pedro Teixeira, português, veio para o Brasil em 1607 e atuou na defesa do país contra outros conquistadores europeus que buscavam se apoderar da foz do rio Amazonas. Em 1616, Pedro Teixeira participou da expedição comandada por Francisco Caldeira Castelo Branco que fundou o Forte que daria origem à Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Dizem relatos que os índios brasileiros chamavam-lhe “Curiua-Catu”, o Homem Branco Bom e Amigo. Em 1637 foi designado pelo então Governador do Maranhão e Grão-Pará a realizar uma viagem de Belém a Quito, com o intuito de confirmar a ligação que se dizia ser possível fazer do Grão-Pará a Quito, tal como atestavam dois religiosos franciscanos recém-chegados à...

RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: A CAPITANIA DO CABO NORTE.

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  Em 1595 o pirata inglês Walter Raleigh escreveu “O caminho para Eldorado”, narrando as principais expedições em busca de ouro na região. Alemães, franceses e irlandeses, também se aventuraram na Amazônia desde o século XVI. Com a expulsão dos franceses do Maranhão no final do ano de 1615 os portugueses partiram de São Luis com intuito de se estabelecer no Amazonas. A baía do Guajará foi a porta de entrada da expedição de Francisco Caldeira Castelo Branco com três caravelas e 150 homens. De acordo com o Tratado de Tordesilhas as terras pertenciam à Espanha, mas naquele momento os territórios estavam unificados pela União Ibérica. No local, o engenheiro-mor Francisco Frias Mesquita iniciou a construção, à margem leste da baía, do Forte do Presépio (atualmente, Forte do Castelo), marco inicial da fundação da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Não tardou para entrarem em conflitos com os tupinambás da região que se levantaram sob o comando de Guimiaba (Cabelo de Veia). Ent...

RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: PANFLETOS INCENDIÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA II (continuação).

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  Em 1821, os diversos projetos de Brasil se apresentaram de forma clara na arena pública, depois que o rei D. João VI, que vivia no Brasil, foi obrigado pelo Parlamento português a retornar para a Europa. Ao forçar a volta de D. João VI, o Parlamento português esperava devolver o poder a Portugal e reduzir o Brasil à velha condição subalterna.  Algumas províncias brasileiras aderiram ao projeto de recolonização. Esse desejo foi particularmente forte no Grão-Pará, no Maranhão, no Piauí e na Bahia, que preferiam subordinar-se a Lisboa a sujeitar-se ao Rio de Janeiro, conforme panfleto datado de junho de 1822 (às vésperas do grito do Ipiranga) onde o autor do texto, o   português Ignácio José Corrêa Drumond, que vivia no Brasil recorre ao argumento do medo: se o reino luso-brasileiro se partisse, o Brasil independente não disporia de forças militares suficientes para impedir insurreições escravas. Segundo ele, o país poderia se transformar num novo Haiti, aludindo a revol...

RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: PANFLETOS INCENDIÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA

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A efervescência política desencadeada no Brasil pelos reflexos da Revolução Liberal do Porto de 1820 criou movimentação propícia ao fim da censura prévia, decretada em 28 de agosto de 1821 por D. Pedro. A partir disso, a circulação de panfletos e jornais de caráter político se intensificou pelas ruas da Corte, no Rio de Janeiro, e das demais províncias do território brasileiro. Influenciando o pensamento político e ideológico de muitos à época, essas publicações efêmeras se caracterizavam também pela linguagem adjetiva e mais violenta que utilizavam. Sem haver qualquer diferenciação entre o que era notícia e o que era opinião, os panfletos faziam circular as novas ideias e acaloravam as discussões acerca da independência política, suscitando nas províncias convergências e também muitas divergências com relação às diretrizes vindas da Corte. Os “panfletos incendiários” dos anos 1820 eram distribuídos, presos a postes e lidos em voz alta nas esquinas e praças. Levavam assim as ideias pol...