RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: PEDRO TEIXEIRA.
As primeiras expedições para a Amazônia tinham o intuito de reconhecer e demarcar as possessões para as Coroas Ibéricas. A primeira foi a expedição de Francisco de Orellana, que saindo de Quito em 1541 empreendeu a travessia descendo o rio Amazonas - principal via de comunicação dessa região.
Pedro Teixeira, português, veio para o Brasil em 1607 e atuou na defesa do país contra outros conquistadores europeus que buscavam se apoderar da foz do rio Amazonas. Em 1616, Pedro Teixeira participou da expedição comandada por Francisco Caldeira Castelo Branco que fundou o Forte que daria origem à Santa Maria de Belém do Grão-Pará. Dizem relatos que os índios brasileiros chamavam-lhe “Curiua-Catu”, o Homem Branco Bom e Amigo.
Em 1637 foi designado pelo então Governador do Maranhão e Grão-Pará a realizar uma viagem de Belém a Quito, com o intuito de confirmar a ligação que se dizia ser possível fazer do Grão-Pará a Quito, tal como atestavam dois religiosos franciscanos recém-chegados à região. A chegada desses religiosos, conhecida como “Viagem dos Leigos”, segundo Melo-Leitão, causou uma inquietação e disposição das autoridades em verificar as ligações fluviais que poderiam existir, bem como alargar os domínios portugueses na região. Nessa época Portugal fazia parte da União Ibérica e isso possibilitou aos colonos do norte a conquistar terras a oeste, além do tratado de Tordesilhas.
Em 25 de Julho de 1637, partiu a expedição de Belém, com 45 canoas, setenta soldados e mil e duzentos flecheiros e remadores indígenas subindo o curso do rio Amazonas. Fundou Franciscana na confluência do rio Napo com o Aguarico, no alto sertão, para delimitar as terras de Portugal e Espanha. Duas expedições espanholas fracassaram na conquista e nos objetivos ao descer o rio Amazonas e a rota não se mostrou favorável aos espanhóis para a extração das riquezas do império inca e a prata boliviana, sendo a rota do Panamá mais curta e segura.
A expedição produziu quatro relatos. O primeiro, “Relação do General Pedro Teixeira do Rio Amazonas para o Presidente do Peru”, é de autoria do próprio Pedro Teixeira, que o fez para entregar as autoridades de Quito no começo do ano de 1639. O segundo, “Relação do descobrimento do Rio das Amazonas, hoje S. Francisco de Quito e declaração do mapa onde está pintado”, do padre jesuíta Alonso de Rojas que, segundo Ugarte, escreveu em Quito, a partir das informações que recebeu de participantes da expedição, especialmente do piloto-mor Bento da Costa. O terceiro e mais completo, “Novo descobrimento do grande rio das Amazonas” (ver imagem abaixo), do padre jesuíta Christóvão d’Acuña, designado para acompanhar Pedro Teixeira na viagem de volta, de Quito a Belém, empreendida no ano de 1639. Por fim, o relato de Mauricio de Heriarte, “Descriçam do Estado do Maranham, Para, Corupa, Rio das Amazonas”, escrito bem depois do fim da expedição, em 1662.
Como reconhecimento por sua extensa lista de serviços prestados na conquista da Amazônia brasileira, foi agraciado com o cargo de capitão-mor da Capitania do Grão-Pará. Tomou posse em fevereiro de 1640, mas a sua gestão foi curta, tendo durado apenas até maio de 1641, vindo a falecer em julho desse mesmo ano. A expedição de Pedro Teixeira impulsionou a conquista da terra pelos portugueses e com isso consequentemente veio o massacre do gentio da terra.
A Pedro Teixeira se deve quase metade do nosso território atual, pois grande parte da Amazónia está em território brasileiro por causa dele. Pedro Teixeira é nome de Avenida em Manaus e Praça em Belém. Segue vídeo sobre a expedição de Pedro Teixeira na conquista da Amazônia: Curiua-Catu "A Grande Expedição de Pedro Teixeira" https://www.youtube.com/watch?v=Z4FkcnZoVB8&t=196s
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