Em 1595 o pirata inglês Walter Raleigh escreveu “O caminho para Eldorado”, narrando as principais expedições em busca de ouro na região. Alemães, franceses e irlandeses, também se aventuraram na Amazônia desde o século XVI.
Com a expulsão dos franceses do Maranhão no final do ano de 1615 os portugueses partiram de São Luis com intuito de se estabelecer no Amazonas. A baía do Guajará foi a porta de entrada da expedição de Francisco Caldeira Castelo Branco com três caravelas e 150 homens. De acordo com o Tratado de Tordesilhas as terras pertenciam à Espanha, mas naquele momento os territórios estavam unificados pela União Ibérica. No local, o engenheiro-mor Francisco Frias Mesquita iniciou a construção, à margem leste da baía, do Forte do Presépio (atualmente, Forte do Castelo), marco inicial da fundação da cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.
Não tardou para entrarem em conflitos com os tupinambás da região que se levantaram sob o comando de Guimiaba (Cabelo de Veia). Entretanto, os índios foram derrotados e as aldeias de Iguape e Guama devastadas. O próximo passo para se estabelecer em definitivo na região era expulsar os ingleses, holandeses etc.
Em 1623, Luis Aranha de Vasconcelos e Bento Maciel Parente com forças recrutadas em Lisboa, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Maranhão e na recém fundada Belém com mais de mil índios recrutados pelo Frei Cristovão de São José e atacaram posições inglesas e holandesas situadas ao longo do Amazonas, Gurupa (rio Xingu) e ilha de Tocoju (hoje ilha do Gurupá).
Em 1625 Pedro Teixeira, Pedro Costa Favela e Jeronimo de Albuquerque com destacamentos de Belém e Gurupa, conquistada na expedição anterior atacaram novas posições inglesas e holandesas no Xingu e Macapá, destruindo-as e capturando o chefe o irlandês James Purcell.
Enfim, em 1629, Pedro Teixeira e Pedro da Costa Favela atacaram o forte do Tarrego, na ilha de Tocoju, com 2000 homens. O confronto foi violento e terminou com vitória dos portugueses.
Os Ingleses voltaram em 1630 com 200 homens e se instalaram num forte perto do Rio Filipe, próximo a Macapá, sob o comando de Thomas Hixson. Jacome Raimundo de Noronha foi combate-los em 1631 com alguns soldados de infantaria e 36 canoas repletas de guerreiros indígenas da aldeia jesuítica de Cametá. Nessa época Belém e Cametá eram os principais portos da coroa portuguesa na Amazônia.
O último baluarte da Inglaterra na região foi destruído por Feliciano Coelho, em 1632, com o arrasamento do Forte Inglês de Cumaú, no atual estado do Amapá. Sobre as suas ruínas foi erguido um novo fortim de madeira, sucedido pelo atual Fortaleza de São José de Macapá em 1764.
Por fim, em 1648, Sebastião Lucena de Azevedo destruiu a última posição holandesa localizada nos lagos Mariocay na Região de Macapá.
Durante a União Ibérica o Brasil tinha sido dividido em: a) Estado do Maranhão ao norte, com capital em São Luís, abrangendo a Capitania do Grão-Pará, Capitania do Maranhão e a Capitania do Ceará; e, b) Estado do Brasil ao sul, cuja capital era Salvador, abrangendo as demais capitanias.
Em 1637 foi criada a capitania do Cabo Norte, na região do atual estado do Amapá, extinta no final do século XVII, com a sua concessão, por Filipe IV de Espanha e III de Portugal, a Bento Maciel Parente, governador do Maranhão. A região entrou posteriormente em disputa com os franceses no final do século XIX, após a descoberta de ouro, os quais chamavam a região de "Cabo d’Orange", apesar do Tratado de Utrecht de 1713, garantir as fronteiras deste país no rio Oiapoque. Somente em 1900, após a defesa diplomática do Barão do Rio Branco perante a Comissão de Arbitragem em Genebra, na Suíça, é que o Brasil tem a posse assegurada na região da foz do rio Oiapoque a foz do rio Amazonas junto à ilha de Marajó.
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