RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: BATALHA DE GUAXENDUBA
A Batalha de Guaxenduba ocorrida em 1614, no sítio de Guaxenduba, atual povoado de Santa Maria, município de Icatu onde os portugueses desembarcaram e construíram uma fortificação de forma hexagonal a que deram o nome de Forte de Santa Maria, a cerca de 20 km da atual sede do município de Icatu, diante das posições francesas no Forte de São José de Itapari, instalados em São José de Ribamar, foi o local onde se deu a derrota que culminou com a expulsão dos franceses do Maranhão.
As forças portuguesas estavam sob o comando do mameluco Jerônimo de Albuquerque e o exército francês sob a liderança de Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière.
Em superioridade numérica e bélica os franceses perderam a batalha, graças a vários elementos que favoreçam os portugueses, dentre elas, uma boa estratégia, e quem sabe até uma ajuda da padroeira de São Luís, Nossa Senhora da Vitória. No livro "História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará", de 1759, o padre José de Moraes relata a aparição de Nossa Senhora da Vitória entre os batalhões portugueses, animando os soldados durante todo o tempo da batalha e transformando areia em pólvora e seixos em projéteis.
Os portugueses acabaram usando uma estratégia que foi mais eficaz e eficiente. No momento que os franceses estão desembarcando nas praias de Guaxenduba, os portugueses, para ter alguma chance nessa batalha e enfrentamento, se antecipam ao combate. Eles não deixam que os franceses desembarquem e se fortifiquem. Então no momento em que os franceses estão ainda se estabelecendo, os portugueses fazem um ataque surpresa.
Após a Batalha de Guaxenduba, as tropas francesas restantes no Maranhão recolheram-se ao Forte de Saint Louis. Para ganhar tempo, Ravardière propôs uma trégua aos portugueses e sua proposta foi aceita, ficando estipulado que um oficial português e um francês fossem à Europa, para procurar nas cortes desses países uma solução para o conflito.
Os franceses já descontentes e desunidos pela religião (calvinistas x católicos) com o projeto capitulam em 1615. Os sobreviventes voltam à França, La Ravardière foi levado para Lisboa onde ficou encarcerado no Forte de Belém. Assim, a França Equinocial encontrou o mesmo destino da França Antártica: o fracasso. Sem dúvida, a falta de apoio da coroa francesa figura como aspecto principal para esse insucesso.
Dessa experiência colonial resultou um livro composto de cartas apologéticas enviadas do Brasil pelos missionários Capuchinhos, publicado em 1614, é a L'Histoire de la Mission des Pères Capucins en l'Isle de Maragnan et terres circonvoisines où est traicté des singularitez admirables & des mœurs merveilleuses des Indiens habitants de ce païs ( https://www2.senado.leg.br/.../000838911_Historia_padres... ), que contém a descrição completa da viagem de seu autor, o Padre Claude d'Abbeville, ao Maranhão, até o seu retorno à França acompanhado do Senhor de Razilly e de seis embaixadores tupinambás, somente três sobreviveram e foram batizados na França.
O forte de São Luís, que deu origem a cidade fundada pelo francês La Ravaridiere, teve seu nome em homenagem ao rei Luís IX, popular ao morrer numa Cruzada na Idade Média, posteriormente canonizado pela Igreja. Luis XIII à época era uma criança e o trono francês era regido por Maria de Medicis. O forte de São Luís teve seu nome trocado por Jerônimo de Albuquerque para São Felipe, em homenagem à Felipe III de Espanha (época da União Ibérica), voltando posteriormente ao nome de São Luís, que ainda seria invadida e ocupada pelos holandeses nos anos de 1641/1644. Permanece até hoje como a única capital não fundada pelos portugueses.
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