RECORTES DA NOSSA HISTÓRIA: BRITES DE ALBUQUERQUE A PRIMEIRA MULHER GOVERNANTE NO BRASIL E NAS AMÉRICAS.

Brites de Albuquerque, nascida em Portugal em 1517 era a esposa do primeiro capitão-donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho e veio para o Brasil juntamente com seu irmão Jerônimo de Albuquerque. Chegou em Pernambuco em 9 de março de 1535, Brites, já casada com Duarte Coelho, tinha 18 anos de idade. Seu irmão Jeronimo Albuquerque casou com uma índia tabajara Muira Ubi, depois batizada com o nome Maria do Espirito Santo Arcoverde.

Da união de Maria com Jerônimo de Albuquerque nasceram oito filhos, entre eles Jerônimo de Albuquerque Maranhão, que expulsou os franceses do Maranhão e Catarina de Albuquerque, que se casou com o fidalgo florentino Filippo Cavalcanti. Da Linhagem de Filippo e Catarina descende o primeiro cardeal da América Latina, Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, mais conhecido como Cardeal Arcoverde

Duarte Coelho ao chegar a Pernambuco se estabeleceu as margens do rio Santo Cruz tendo subido o rio e em 27 de setembro de 1535 e fundado a primeira vila de sua capitania, “Santos Cosme e Damião”, onde instalou um marco de pedra que serviu de divisória entre as capitanias de Itamaracá e Pernambuco.

Na vila, hoje a cidade de Igarassu, na língua indígena – iga: canoa; açu: grande -, foram construídos vários prédios, entre eles o da Igreja de São Cosme e Damião, a primeira igreja do Brasil. Em busca de um local mais seguro, a vila de Santos Cosme e Damião foi entregue ao colono André Gonçalves, que manteve a plantação para consumo e depois iniciou a agricultura comercial.

Navegando para o sul, Duarte Coelho chegou à foz do rio Beberibe e em um morro com uma bela vista, local denominado pelos índios de “Marim”, funda a vila de Olinda que passou a ser a capital de Pernambuco.

Na parte mais alta, manda construir a Igreja do Salvador, onde hoje se situa a Sé de Olinda. Morando na vila de Olinda, Dona Brites teve seus dois filhos Duarte de Albuquerque Coelho e Jorge de Albuquerque Coelho.

Por volta de 1553, quando o marido retorna a Portugal acompanhado dos filhos do casal, Duarte Coelho de Albuquerque e Jorge de Albuquerque Coelho, Dona Brites assume interinamente o governo da capitania, assistida por seu irmão, Jerônimo de Albuquerque.

Com a morte de seu marido, Duarte Coelho (1554) em Portugal, ela própria ocupará o cargo, assumindo, assim, todas as honras e obrigações adjacentes ao título, sendo que a designariam por "capitoa" pela firmeza de sua gestão. Manteve-se no posto até a maioridade do seu filho mais velho, Duarte Coelho de Albuquerque, que estudava em Portugal, juntamente com seu irmão Jorge de Albuquerque Coelho. Quando ambos chegam ao Brasil, em 1560, Duarte assume o governo de Pernambuco, mas tão somente até 1572, data em que terá sido chamado de regresso a Portugal. Duarte e Jorge são incorporados à armada do rei D. Sebastião, que avançava sobre a África. Ambos são gravemente feridos após a batalha de Alcácer-Quibir, em 4 de agosto de 1578, e nunca mais retornariam ao Brasil. Assim, uma vez mais, Dona Beatriz ficará no comando das terras pernambucanas, exercendo essa função até o fim de sua vida.

Dona Beatriz é considerada pelos especialistas como uma das mais ilustres brasileiras, sendo que durante o seu governo, manteve a ordem e a paz da Capitania de Pernambuco, concedeu sesmarias, legislou e controlou os assuntos dos colonos, construiu e urbanizou núcleos na capitania mais prospera. Faleceu, provavelmente entre junho e outubro de 1584 em Olinda.

Não existem imagens de Dona Brites de Albuquerque. Aula no You Tube sobre Brites de Albuquerque: https://www.youtube.com/watch?v=43VUqvHx5VQ



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